top of page

JORNADAS DE JUNHO: UM GRITO EM VÁRIOS
Por Estela Marconi

Sete de julho de 2013. As manchetes de diversos jornais, revistas e portais de notícias estampam amplamente o início das manifestações organizadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa de transporte público na capital paulista, que aconteceu na noite anterior. 

 

Ao longo daquele mês, o Brasil vivenciou algo que há décadas não parecia mais palpável. A revolta popular e, principalmente, estudantil, ganhava força após uma longa hibernação. 

 

Os movimentos Diretas Já, entre os anos de 1983 e 1984, e “Caras-Pintadas", em 1992, foram essenciais na construção de um estado democrático brasileiro. Organizados por estudantes e ativistas, os protestos deram passagem para o que viria a ser um dos principais movimentos estudantis contemporâneos. 

 

tarifa imagem boa.jpg

Após o anúncio do reajuste nas passagens de ônibus, metrô e trens na capital paulista, que passaria de R$ 3,00 para R$ 3,20, uma onda de indignação se instalou nas redes sociais. Os usuários, revoltados com o aumento, começaram a se organizar para manifestar contra a nova cobrança. O MPL, movimento social que luta pelo transporte público eficiente e gratuito, era quem impulsionava os protestos.

Capas e manchetes predatórias estampavam o lado da mídia tradicional, que por tanto foi, e ainda  a responsável por delinear opiniões em massa na população. Um passageiro do metrô conta que, na época, observava diversas pessoas contra as manifestações. Ele relata que chegou a ouvir de uma mulher que:  

A polícia tinha que descer o cacete mesmo nesses caras.

E desceu. Em reações violentas por parte da Polícia Militar, gás lacrimogêneo e balas de borracha eram usados para dispersar os manifestantes. Ao longo do mês, 837 pessoas ficaram feridas, de acordo com a Organização Não Governamental Artigo 19. 

 

Pedro Nogueira, jornalista agredido pela PM durante uma cobertura que realizava em um dos protestos, conta que naquela manifestação havia algo diferente no ar:

 

Tinha uma coisa diferente em como as pessoas estavam na rua. Tinha uma coisa diferente na reação de cada uma delas a uma bomba policial ou a uma agressão. As pessoas estavam respondendo, não estavam fugindo, estavam mantendo o seu lugar. 

Foi em uma das noites de maior repressão policial - inclusive contra jornalistas que cobriam os protestos, como o Pedro - que a população pareceu trocar de lado e admitir que a repressão policial estava inflada. Em pouco tempo, as ruas foram tomadas por uma indignação que, inicialmente, pareceu unir ainda mais os protestantes.

Somos um só” era o sentimento coletivo.

As manifestações ganharam força e se espalharam pelo país, atraindo multidões de pessoas de diferentes idades, classes sociais e profissões. O que começou como uma insatisfação pontual, logo se tornou gritos contra uma série de questões, enfatizando principalmente a corrupção.

 

Nas ruas, os manifestantes encontraram uma forma de expressar sua indignação, utilizando cartazes, faixas e palavras de ordem para transmitir suas demandas. As praças e avenidas se tornaram uma plataforma de insatisfação e reivindicações.

Créditos das imagens: CHRISTOPHE SIMON/AFP via Getty Images

Conheça mais sobre o movimento:

20062013 LLUIS GENEAFP.jpg

Violência nas manifestações

13062013 Gustavo BassoNurPhoto.jpg

Dados das Manifestações

redes sociais_edited.jpg

Papel das mídias sociais

jornadas home.jpg

Impactos

civis_edited.jpg

Depoimentos de Civis

Ouça nosso Podcast
"Não foram só 20 centavos: O mês que durou 10 anos

Quem somos?

bottom of page