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Os Impactos das manifestações

2.608 pessoas detidas, 837 pessoas feridas e 8 pessoas mortas. Segundo o levantamento da ONG Internacional “Artigo 19”, estes foram os números totais de pessoas que sofreram danos nos mais de 696 protestos que aconteceram em todo território nacional. 

 

E mesmo com o objetivo alcançado, de reduzir a tarifa de volta para os R$3,00, a maioria da população estava certa de que as manifestações deveriam continuar a todo vapor. De acordo com pesquisa do DataFolha, 2 em cada 3 brasileiros acreditavam que, mesmo com a redução,os protestos deveriam continuar.

 

E isso se arrastou até 2016, período no qual a ex-presidenta Dilma Rousseff estava sendo duramente criticada pela população que ia às ruas. Em 15 de março deste ano, ocorreu o maior protesto contra o governo Dilma e o PT. Neste dia, a polícia militar contou mais de 3,6 milhões de pessoas. Já os organizadores, contaram 6,9 milhões ao redor do País. Os dados são do G1.

 

Jaqueline Passos, civil que participou de uma manifestação em 2016, contou que viu o anúncio dos movimentos convidando para uma passeata que aconteceu na Avenida Paulista. “Eu lembro que na época que fui, eu tinha visto no Facebook que ia ter essa essa passeata. E eu fui, justamente porque todos estavam comentando sobre as manifestações e não poderia deixar essa oportunidade passar.”, conclui Jaqueline.

 

Em 31 de agosto de 2016 e com votação favorável da Câmara dos Deputados e Senado, Dilma Rousseff é condenada por suspeita de crime de responsabilidade e sofre o processo de impeachment, o segundo concretizado na história da República Federativa do Brasil . E com a destituição de Dilma, o vice-presidente da época, Michel Temer, assume o cargo de maior prestígio do executivo brasileiro.

A prisão de Luiz Inácio Lula da Silva

Ainda em março de 2016, a Operação Lava Jato entrou em sua 24ª fase. Esta consistia em  investigar a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. O MPF (Ministério Público Federal) investigou o repasse de R$30 milhões de empreiteiras para empresas de Lula, além do pagamento de despesas do ex-presidente e parentes. Este foi o começo do que seria a prisão de Lula.

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Em maio do mesmo ano, foi a vez do MPF denunciar o ex-presidente por ter recebido propinas, por meio 

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da reserva e reforma de um apartamento triplex em Guarujá. 1 ano depois, em julho de 2017, Lula é condenado a 9 anos e 6 meses no processo que envolve o caso da compra e a própria reforma do mesmo apartamento triplex.

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E, após ser condenado em segunda instância pelo triplex e ter habeas corpus rejeitado pelo STF, o juiz Sérgio Moro determinou a prisão do ex-presidente em abril de 2018.

As Eleições de 2018

Às vésperas das eleições presidenciais, o PT (Partido dos Trabalhadores), estava extremamente defasado. Com seu maior expoente e a última presidente fora da disputa, o partido apostou em Fernando Haddad, que já havia sido prefeito da cidade de São Paulo dois anos antes.

 

Para disputar com o candidato do PT, o ex-deputado Jair Messias Bolsonaro, que na época estava no PSL, demonstrava estar mais alinhado à (extrema? gostaria de colocar mas quero opiniões) direita brasileira, demonstrando caráter liberal em suas propostas e trazendo um forte discurso “antipetista” em sua fala. 

 

O MBL (Movimento Brasil Livre) demonstrou apoio a Bolsonaro e à linha de base “bolsonarista” que se criou. Fernando Holiday, eleito vereador da capital paulista em 2016 e integrante do MBL na época, demonstrou apoio ao candidato do PSL. Kim Kataguiri e Arthur do Val, também participantes do Movimento, foram eleitos deputados pelo estado de São Paulo em 2018.

 

Alek Sander de Carvalho, professor de história, indicou a participação de partidos e políticos de extrema direita e dos movimentos que participaram do impeachment na política brasileira. “Muitos deles conseguiram se eleger para cargos políticos, né? E muitos deles atuam inclusive, na atualidade, como vereador ou como deputado”, finalizou o professor.

 

Como resultado, Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil no segundo turno com 55,13% dos votos contra os 44,87% de Fernando Haddad.

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Anulação de provas contra Lula e Eleições de 2022

Após 580 dias presos, Lula foi inocentado pelo STF, por 8 votos a 3, e se tornou elegível para a disputa das eleições de 2022. A anulação se baseou em dois entendimentos da corte: de que o juiz Sérgio Moro foi parcial, o que comprometeu o direito da defesa a um julgamento justo, e de que os casos tramitaram fora da jurisdição correta.

 

Depois de 3 anos de governo Bolsonaro, já no PL, marcado pela pandemia da COVID-19 e pela negligência na compra de vacinas contra o vírus, Lula retornou para disputar a presidência. Desta vez, Bolsonaro buscou pela reeleição, enquanto o ex-presidente tentou o terceiro mandato, algo inédito na história da política brasileira na Democracia pós ditadura militar. 

 

Segundo o site do TSE e o veículo jornalístico Estadão, 123.679.629 de cidadãos brasileiros efetivamente compareceram para registrar seu voto. Foi o maior número de eleitores da história. O resultado foi a eleição do petista, com 50,90% dos votos, contra o liberal, 40,10%.

 

Agora em 2023, vivemos as consequências desses 10 anos de Jornadas de Junho e o que será que vem nos próximos 10?

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